A fabricante de papel e celulose Suzano registrou lucro líquido de R$ 220 milhões no primeiro trimestre do ano (1T24), um recuo de 95% na comparação com igual período de 2023. A forte variação negativa é explicada pelo fraco desempenho do resultado financeiro, afetado pelas variações cambiais.

“A variação em comparação ao 1T23 é explicada sobretudo pela variação negativa no resultado financeiro (resultado da desvalorização cambial sobre a dívida e sobre as operações com derivativos vs. valorização cambial positiva observada no 1T23) e queda no resultado operacional”, explicou a empresa.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 4,558 bilhões entre janeiro e março, uma queda de 26% na comparação com igual período de 2023.

A receita líquida somou R$ 9,459 bilhões no primeiro trimestre, uma retração de 16% na comparação com igual etapa de 2023. O menor preço líquido em dólar dos produtos vendidos explica esse desempenho.

Por outro lado, as despesas gerais e administrativas somaram R$ 503 milhões no 1T24, o que representa uma alta de 29%.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 3,040 bilhões no primeiro trimestre de 2024, ante um resultado positivo de R$ 2,470 bilhões.

Em 31 de março de 2024, a dívida líquida da companhia era de R$ 59,626 bilhões, uma alta de 8% em relação a igual período do ano passado.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 3,6 vezes em março/24, alta de 1,7 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2023.

Os resultados da Suzano  (BOV:SUZB3) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2024 foram divulgados no dia 09/05/2024.

Teleconferência

No começo dessa semana, a Reuters noticiou que a companhia fez uma oferta de US$ 15 bilhões pela empresa. As ações, na terça, caíram mais de 12%, com investidores vendo com preocupação a movimentação, enxergada como “cara” e “sem tantas sinergias”, fora o seu potencial de aumentar nível de alavancagem da Suzano.

“Não vamos comentar sobre especulações da imprensa, mas posso dar uma sinalização clara quanto a nosso futuro: temos visão de longo prazo e sempre avaliamos oportunidades para gerar valor ao acionista, podendo ser crescimento orgânico, inorgânico ou recompra de ações”, disse Schalka.

Ele reiterou a “disciplina” da Suzano e afirmou que a política financeira será mantida. Hoje, a companhia estipula que o nível de alavancagem, medido pela relação entre Ebitda e dívida líquida, pode ficar entre 2 vezes e 3 vezes, podendo ir a 3,5 vezes em períodos de expansão. “Podemos exceder um pouco o limite, mas é claro que, nesse caso, precisamos apresentar um remédio”, defendeu.

O diretor executivo afirmou que, por agora, “não entende a reação do mercado em relação às últimas notícias”. “Estou garantindo que não vamos fazer nada que possa gerar qualquer risco para a empresa”, acrescentou.

Já quanto ao resultado, os executivos da Suzano explicaram que a diferença apresentada em relação ao consenso foi causada pelos menores volumes, em decorrência da maior formação de estoque no primeiro trimestre. “Recuo do volume de vendas está ligado à manutenção dos estoques. Ainda não conseguimos a recomposição total e há espaço para repor mais. Terminamos o ano passado em um nível insustentável”, disse Leonardo Grimaldi, diretor comercial de celulose.

VISÃO DO MERCADO

A XP, em relatório, pontou que a empresa reportou resultados mais fracos do que o esperado. O Ebitda ajustado, de R$ 4,6 bilhões, ficou 6% abaixo do consenso e a receita líquida, de R$ 9,5 bilhões, 4% abaixo. “Notamos que o desempenho dos volumes de celulose foi o ponto fraco nos resultados de hoje”, comentou a equipe da corretora.

O Morgan Stanley, para além dos menores volumes, mencionou que os preços realizados pela celulose também vieram abaixo do esperado. No entanto, o banco americano destacou que os custos caixa foram melhores do que as projeções.

“Os custos caixa de celulose (excluindo paradas) apresentaram melhoria contínua, com os custos de madeira refletindo os esforços relacionados à eficiência da empresa e impulsionados positivamente pela queda nos preços dos insumos. Estabelece um tom positivo para o segundo trimestre em diante, uma vez que a Suzano captura a recente recuperação da celulose”, corrobora a XP.

Analistas também mencionaram enxergar que a Suzano, nos próximos meses, deve se beneficiar da formação de estoque, visto que o preço da celulose vem subindo em 2024.

Os executivos da Suzano ainda trouxeram, por fim, um tom positivo para o restante do ano. Eles esperam alguns ganhos de margem com o ramp up do projeto Cerrado. Fora isso, eles mencionaram também ver que os preços pagos pela celulose na China devem convergir para os mesmos da Europa, hoje com uma diferença de cerca de US$ 100 entre os dois.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão
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